terça-feira, 17 de março de 2009

ALUNOS DO 7ºA APRESENTAM OS SEUS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

No âmbito da leitura do livro Sempre do Teu Lado, de Maria Teresa Maia Gonzalez, a professora Ana Lúcia solicitou à turma A do 7º ano a redacção de textos que tivessem como protagonistas os seus próprios animais de estimação. De facto, à medida que iam lendo a obra, os alunos não resistiam a fazer comparações entre o Félix e os seus próprios animais. Daí que a maioria dos alunos optasse por “dar voz” ao seu animal, aproveitando para contar um pouco da sua história. Outros preferiram ser os narradores da história ou fazer um comentário ao livro que deu a conhecer a “a carta de um cão”.
Hoje publicamos a primeira série de textos e ainda durante esta semana publicaremos os restantes:

Joca

O meu animal de estimação chamava-se Joca, tinha 7 anos e era um caniche.
A minha cadela veio viver cá para casa há cerca de 3 anos. Ela ainda era pequenina, muito tímida e portava-se muito bem.
Quando queria ir à rua, andava de um lado para o outro e não parava quieta, gostava muito de ossos e não gostava de outra coisa. A minha mãe tinha que andar sempre a comprar patas de galinha, para lhe fazer!
Gostava muito de tomar banho, e estava sempre muito quietinha. Não fazia as necessidades dentro de casa, só na rua.
Também adorava passear, não saía de perto de nós.
Eu gostava muito dela até que aconteceu uma coisa muito triste.
Eu, e o meu irmão andávamos a brincar com ela cá fora, até que ela começou a correr muito devagarinho, e de repente caiu. Eu fui logo ver, até o meu pai chegar e confirmar que ela tinha morrido.
Eu e o meu irmão ficámos muito abalados, chorámos muito, e até agora não temos mais animais de estimação com medo que aconteça alguma coisa como aconteceu à Joca.
(Mariana Santos, nº 17 )


Kika

Olá, eu chamo-me Kika e estou aqui hoje para falar um pouco sobre a minha vida com o Vitinho.
Tudo começou quando ele me foi buscar à minha antiga casa, que era a casa da Mariana Correia. Ele pegou em mim e meteu-me dentro de uma pequena, aliás, minúscula caixa, onde eu estive trancada durante 1 hora até chegar a casa dele (não me senti nada bem!). Mas, como era a primeira vez que estava com ele, fiz um enorme esforço para não o arranhar logo que ele me tirou lá de dentro. Tudo acabou por correr bem. Quando cheguei à casa dele, ele foi mostrar-me tudo, e mostrou-me também onde eu iria ficar (na casa de banho). Não me cheirou lá muito bem… calma, a casa de banho estava limpa! O que não me cheirou lá muito bem foi o facto de ter de lá ficar sozinha.
Então ele meteu lá tudo o que eu precisava: a caixinha com areia (muito sinceramente não percebi para que servia, mas mais tarde lá descobri), as tacinhas com a comida e com a água, uma caminha e um peluche muito fofinho com que eu me aquecia todas as noites.
No dia seguinte acordei muito cedo e ainda estavam todos a dormir, então decidi observar tudo com mais atenção. Foi então que me meti dentro do bidé por uma abertura que há por baixo, pareceu que aquele sítio me deu sono e voltei a adormecer. Quando ele acordou não sabia de mim (instalou-se o pânico!), mas como o vi tão aflito, miei para ele saber onde eu estava e foi então que ele foi em meu socorro (porque eu estava presa lá dentro). Ele lá me conseguiu tirar de e eu larguei a correr pelas escadas acima e escondi-me num sítio onde ninguém me pudesse ver, porque tinha medo que me metessem lá dentro outra vez.
Onde é que eu me fui esconder, perguntam-me vocês?
Claro, fui esconder-me em cima da cama dele, no meio dos bonecos…
Apesar do meu belíssimo esconderijo, ele encontrou-me, mas já não me meteu dentro da casa de banho outra vez, pelo contrário, durante o dia até me deixa dormir em cima da cama dele.
E pronto, esta é a história e o acontecimento mais “marcante” na minha vida!
(Vítor Simões, nº 22)



Zuri e Nero

Olá chamo-me Zuri! Sou um dos melhores amigos do André que é um dos meus donos. Tenho três: o mais velho de todos é o Júlio e depois é a Rosa! Tratam-me bem e isso é que interessa! Eu adoro-os e sei que o sentimento e mútuo da parte deles
A seguir vem a minha história, mas leiam com atenção porque entra amor e muita compaixão de ambas as partes!
Eu desde o início que sou um privilegiado! Quando me tiraram da minha mãe, eu estava no carro, e o André ao olhar para mim e para a minha mãe, soltou sem se aperceber uma lágrima que me caiu justamente na cabeça! Logo percebi que entre nós havia um carinho muito forte mas era só o começo do que sentimos um pelo outro! Somos como irmãos, como o sol é para a vida, ou seja, inseparáveis!
Mas como dizia eu… a lágrima dele caiu-me na cabeça e quando senti que ele estava triste, comecei a tentar brincar com ele e consegui arrancar um sorriso daquela boca… entretanto vínhamos a caminho da nossa casa e ele vinha agarrado a mim que nem uma lapa, como se estivéssemos colados um ao outro, e desde aí nunca mais nos largámos um do outro! Somos inseparáveis! Posso estar a ser repetitivo, mas a nossa relação é muito forte… Na manhã seguinte, lembro-me como se fosse hoje, estava eu a chorar de saudades da minha mãe que, infelizmente, já não se encontra entre nós em carne e osso, mas sim em pensamento e no coração dos que a mais amaram. Mas, continuando, estava eu a chorar e ele acordou com os meus latidos e mesmo de boxers veio em meu apelo, pegou em mim e deitou-me no colo dele. Ali, naquele momento, houve um choque que me tranquilizou, como se ele fosse uma espécie de mãe, mas em versão humana! Brincámos, e as gargalhadas eram tão fortes que rapidamente, as saudades desapareceram, como por magia! Desde aí que tenho acompanhado o crescimento dele. Estou aqui a lembrar-me dum jogo que costumamos fazer: ele faz-me as perguntas e estica as mãos e eu tenho de pôr a minha patinha na mão para dizer que concordo com a resposta que eu quero dar; são muito simples, é só sim ou não… Nós cá nos entendemos à nossa maneira e somos muito felizes como levamos a vida.
No ano passado não me deixou contente com as notas no final do ano porque ele chumbou… mas só lhe fez bem para ele abrir os olhos, para ver quem eram os verdadeiros amigos. A mãe bem o avisou, mas ele, como sempre, não quis crer no que ela lhe dizia, pois teve o resultado que teve e só lhe fez bem. A mãe e o pai coitados é que não mereciam! Mas agora ele está mudado e isso é que importa!!!
Em Fevereiro do ano passado chegou um invasor de territórios! O nome dele é Nero e, embora seja meu sobrinho, para mim continua a ser um invasor! Olha que coisa, agora tenho um estranho no meu território! Era o que me faltava! Para o Nero vir, o André prometeu tratar de nós e limpar os “presentes” que fizéssemos.
Mas não tem sido bem assim… de início tratava-nos, e até chegou a limpar alguma coisa, mas nada de muito significativo porque, pouco tempo depois, era a nossa dona, e às vezes durante o fim-de-semana, o nosso dono! Mas esse é a mesma coisa! A coitada da Rosinha é que tem de limpar! Não lhe chegava ter só os meus “presentes” para limpar como ainda os do porco do meu sobrinho!!!
(André Santos, nº 1)



A Mini

Vivo numa casinha azul clara, com bastantes pedrinhas e conchas (este estilo de sofá aquático deve ter sido um grande investimento). Tenho aquecimento central, serviço de quarto e ainda sistema de som.
A minha “giganta” tem por hábito ler-me histórias, o que acho didáctico, pois ajuda-me a interpretar gigantês. Gosto dos Beatles, e aquela música que é assim: “I wanted a girl…” a gigantinha é doida por essa. Nem vou comentar a respeito do Elvis.
Tenho pensado em engendrar um novo plano de fuga, arranhar a minha casinha não é eficaz e de qualquer modo, deve ter alarme.
Gostava que aquela “giganta” me prestasse maior atenção. Passa o dia fora da casinha dela, e quando volta não fala muito comigo.
Não me alimenta a horas certas, e muda o aquário dia sim, dia não. Gosto disso. Sinto-me especial quando desabafa comigo, e me diz:
- Menina, só tu me compreendes.
E di-lo num tom tão afável e confidente que concluí ser algo de agradável. Mas depois acalma-se e concentra-se de novo nas suas tarefas, deixando-me só, a pensar nela. Penso se ela pensa em mim. Adorava que assim fosse.
Costumam deambular por aí pequenos monstrinhos irritantes, gritam muito e têm ataques de histerismo frequentes. Ela chama-os de Pedro e André, devem ser ofensas metafísicas do mundo “gigantone”!
Tenho um imenso medo do escuro, ainda bem que tenho uma luzinha em casa, senão, com a quantidade de papões que devem caber debaixo da cama dela, eu já tinha sido comida á muito tempo.
A paisagem é, por vezes, desarrumada.
Fui desde pequena ensinada a adoptar o optimismo como consolo, portanto cheguei à seguinte conclusão:
-“Ainda bem que não vivo num rio gelado cheio de peixes anti-higiénicos que seria obrigada a comer. Estimo muito os meus camarões e os meus torrões de cálcio”.
Gostava de ter um namorado, mas tinha de ser liberal e inteligente. Com enorme capacidade física e uma pitada de originalidade.
Não tenho mais nada a divulgar relativamente à vida tão “gigantesca” a que sou sujeita, nem aos cuidados intensivos da minha “giganta”, que deve gostar de mim.

Texto da autoria da célebre Mini C.H, cuja giganta se chama Inês C.H (não tão célebre) (nº8 7ªA)

0 comentários: